Item 1. Bem-aventurados os que são...
Pergunta: Que podemos entender sobre os brandos herdarem a Terra?

Resposta: Esta projeção é uma revelação que diz que a Terra será um mundo de paz, no qual a violência, as guerras, as disputas do orgulho, o culto ao egoísmo deixarão de existir. Jesus nos diz que aqueles que tem no coração a bondade é que viverão na Terra. O que implica que os maus estarão em outro lugar. Assim nos encoraja a prosseguir no esforço de aperfeiçoamento tendo ele próprio como referência.

Item 2. Bem-aventurados os pacíficos...
Pergunta: Uma vez que todos somos filhos de Deus, por que Jesus designa somente como seus filhos os pacíficos? Pode-se conceber que os demais estão fora de seu amor?

Resposta: A afirmação de Jesus se baseia na ideia de sintonia e similaridade. O sentido figurado da palavra "filhos" representa a imagem de semelhança que há normalmente entre pai/mãe e seus filhos. Sendo Deus fonte de bondade, tudo que dele decorre necessariamente é bom e aqueles que agem assim, mostram sua sintonia com o criador. Aos demais, naturalmente continuam sob a proteção e condução ao bem, como todo genitor carinhoso que ama seus filhos, mesmo rebeldes.

Item 3. Sabeis que foi dito aos antigos...
Pergunta: Por que Jesus dá novos sentidos a violência e as injúrias, indo além do que normalmente se entendia?

Resposta: Revelando a componente espiritual da vida, ele mostra que embora algumas ações não se materializem, nem por isso deixa de constituir um mal, uma vez que todo ato antes de sua execução já foi materializado no espírito. Neste campo, o espiritual, o mal, a violência, já se manifestaram, isto é, já causaram seus prejuízos. Portanto, ele nos chama a refletir sobre nossa conduta moral, espiritual para que o mal não se propaguem desde a origem.

Item 4. Por estas máximas, Jesus faz...
Pergunta: Como pode o pronunciar de simples palavras merecer tamanha atenção de Jesus, pondo estes atos na conta de infrações à lei de Deus?

Resposta: Descortinando a realidade do espírito, Jesus mostra que as palavras antes de serem ditas já se matetializaram no pensamento. Desta forma, o pronunciar apenas amplifica os efeitos negativos. Além disso, toda palavra maldizente está sempre ligada a um sentimento contrário ao bem, à caridade.

Item 5. Mas, que queria Jesus dizer...
Pergunta: Em outra vez, também Jesus ensina a abrir mão dos bens materiais para buscar os espirituais. Como podemos conciliar os dois ensinos, aparentemente opostos, uma vez que promete o céu, mas também a Terra?

Resposta: Os ensinos não se contradizem. Renunciar aos bens materiais significa saber tirar proveito deles em seu benefício espiritual, ou seja, não ser dominado pela matéria, não ser apegado. Esta condição, isto é, do desapego, é uma das características dos espírito elevados que, pela humildade e caridade continuarão a encarnar no planeta espiritualizando-o mais e mais, isto é, tornando-o um planeta feliz, onde as violências de todos os tipos não mais existirão.

Item 6. A benevolência para com os seus...
Pergunta: Como podemos diferenciar a verdadeira afabilidade, a doçura e a benevolência que recebemos daquela que a educação social e o fingimento podem criar?

Resposta: Os verdadeiros caracteres de toda virtude são testados nos sacrifícios pessoais e no desinteresse em receber algo em troca. A percepção de algum retorno é o filtro que separa os benfeitores sinceros daqueles que buscam retribuição. A afabilidade e a doçura não dependem do ambiente, nem do interlocutor, são iguais em público ou no anonimato porque nascem do coração bondoso que só quer ajudar pelo prazer que já sente em servir.

Item 7. A dor é uma benção que Deus envia...
Pergunta: O que significa ser paciente?

Resposta: Ser paciente é repousar na confiança em Deus. É a tranquilidade de quem sabe esperar, pois já entendeu que tudo corre sob um plano estabelecido pelas sábias leis divinas. O Espírito paciente não exige fruto antes das flores, nem amadurecimento ao que acabou de receber a semente. Confia no processo, colocando-se como parte dele, e não como o seu criador. Sabe, dentro de si, que o Criador estabeleceu a velocidade ideal para todos os acontecimentos da criação, na medida que cada filho é capaz de assimilar o aprendizado que aquela experiência pode lhe dar.

Item 8. A doutrina de Jesus ensina, em todos...
Pergunta: Em que se funda a resistência à obediência e à resignação?

Resposta: As duas virtudes nascem de um coração humilde que confia em Deus, acima de tudo. Representam atitudes de quem sabe não ser elevado o suficiente em comparação com o objetivo, que é a perfeição. Quanto mais orgulhoso e egoísta o Espírito, maiores são as dificuldades de ver os outros como seus iguais. Quer ordenar, em vez de obedecer e revolta-se quando não quer aceitar. A medida que o Espírito avança, entretanto, mais apurado tornam-se seus sentimentos e a visão mais aclarada o leva naturalmente a reconhecer em Deus a grandeza, sua sabedoria e, portanto, sua bondade em tudo.

Item 9. O orgulho vos induz a julgar-vos...
Pergunta: O que faz o orgulho manifestar-se de forma colérica?

Resposta: Este vício moral, isto é, o orgulho, é a suprema valorização de si mesmo, em detrimento dos demais. No entanto, funda-se na opinião pessoal e não na lei natural. Daí decorre que, nas sábias determinações divinas, nem sempre nosso pensamento está de acordo com essas leis. Quando o espírito percebe que sua inteligência, poder ou opinião etc., não é superior em certas circunstâncias, que não consegue mudar, tenta compensar com a força e a violência, impondo pelo medo o que lhe faltou de real superioridade para fazer-se aceito. Esta desilusão leva-o a perder o controle e entregar-me a irracionalidade da cólera.

Item 10. Segundo a ideia falsíssima de que...
Pergunta: Por que crêem alguns que não é possível corrigir certos defeitos ou mudar certos hábitos e costumes, como por exemplo o ânimo violento ou a palavra ferina?

Resposta: Este pensamento reside na ideia de que não é possível alterar comportamentos considerados de sua própria natureza. No entanto, podemos inferir que, no fundo, representa apenas uma justificativa da consciência para não ter que se esforçar em melhorar-se, tendo em vista que ainda não o quer fazê-lo. Em outros casos, o Espírito, ainda imaturo busca, responsabilizar a outros por sua conduta, como por exemplo, seus familiares, seu chefe no trabalho, seus amigos, seus pais, até mesmo seu próprio corpo, haja vista que isto é mais fácil que olhar para si mesmo encarar seus defeitos e assumir suas imperfeições.